6.08.2007

O Sabor do Amanhã


Bom dia minha querida amiga, companheira eterna de viagens ainda não vividas, hoje acordei com o gosto do amanhã em meus lábios, mesmo sem querer sabê-lo, gosto já velho conhecido nosso, já não sabia mais como era, já nem sei mais se quero também, é doce e amargo o saber do amanhã, de tentar mudar algo que lhe foi negado e mesmo assim, saber que não será agora e que pessoas perdem tempo demais com a preocupação das instâncias sociais do ser normal, sabemos não é mesmo, querida amiga, o ser normal, tão chato e previsível...


Hoje o dia parece ainda mais interessante, não, pássaro? Vivemos bem esses últimos dias, essas última noites, instantes varridos pelo vento, exatamente no nosso melhor estilo. Nós não nascemos para respeitar convenções, abominamos os que adoram intitular-se "normais", os previsíveis, maçantes, enjoadinhos acostumados a mulher sem nada de "divino".

Sim querida amiga, essas mulheres, sem nada de divino, tão fáceis de se lidar e se levar ao dia-a-dia, quão sacal seria para nós a normalidade, o lugar comum, mar sem ondas, vida com rumo certo? Me arrepiam os ossos de pensar em não viver, não respirar e não sentir, de não querer algo mais nessa vidinha comum. Não querida amiga, o que temos é uma sina, algo maior com que lutar todos os dias, sabemos nós tanto da vida, que fica chato apenas acordar e respirar...


Rss. Hoje tudo é brincadeira pássaro querido! Hoje tudo são luzes e brilhos, hoje encarnamos divindades! Mas, querida, havemos de nos lembrar que existem aqueles que de tão banais preferem as alegorias de feira. Deixemos que sobrevivam com suas esculturazinhas de gesso! rss.


Sabes querida amiga, as esculturas de gesso encantam, pelo seu tom puro do branco, um branco que é neve, que se derrete eventualmente, não restando nada além da poça de água cristalina que só reflete as escolha feitas, o passado escancarado, que perturba a mente semi morta, a alma já maltratada nem responde adormece, em coma, como é triste, saber das escolhas feitas, nós sabemos, como o passado pode ser cruel, por isso, vivemos na pressa do agora, só assim, pro passado se acalmar... Risos, muitos risos, só de pensar, no gosto do que já sabemos


Verdade, as esculturas de gesso tem seu encanto, o encanto do que é barato, fácil e evanescente. Coisa amorfa, mas ainda assim melhores que as bonequinhas de feira, mulheres que esquecem a feminilidade em casa e enfiam qualquer hipótese de sensualidade no fundo do bolso. Remanescentes deslocadas e desprovidas de ideal do movimento hippie, sabe, querida? Risos!


Ah querida, como não saber das que se perdem em sua própria vidinha infeliz, num mundo de aparências, morando em castelos construídos sem paixão, sem cimento, apenas aparências, pessoas comuns, mas querida, não penso serem apenas remanescencias, penso sermos nós, remanscencias de algo que deveria ser, mas pelas convenções, não são...é isso mesmo?



Talvez, mas acho que vai além. Acho que é alguma coisa que está na essência, talvez, quem sabe, concentração da própria? rss. Talvez seja isso, talvez a nossa essência seja extremamente concentrada. Assim, querida, somos só para os fortes, para os intensos, para os filhos do vento!

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